LACISTEMATACEAE

Lacistema robustum Schnizl.

Como citar:

Raquel Negrão; Marta Moraes. 2019. Lacistema robustum (LACISTEMATACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

1.900.553,02 Km2

AOO:

612,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019) ocorre nos Estados de ALAGOAS nos municípios de Chã Preta (Chagas-Mota 6799), Ibateguara (Chagas-Mota 10651), Murici (Mendonça 492); BAHIA nos municípios de Alcobaça (Hage 282), Amélia Rodrigues (França 959), Andaraí (Orlandi 798), Apuarema (Aona 2265), Arataca (Lopes 998), Barro Preto (Lopes 1090), Belmonte (dos Santos 4388), Cachoeira (Santos 193), Cairú (Jardim 5335), Camaçari (Nunes 1340), Camamú (Costa 506), Caravelas (Matos 2739), Castro Alves (de Queiroz 2995), Conde (Eli Rosas 67), Entre Rios (Orge 235), Esplanada (Freire 31), Eunápolis (Guedes 4209), Ibicoara (Arouck 409), Ibirapitanga (Victor 1988), Igrapiúna (da Paixão 1515), Ilhéus (Thomas CEPEC 10653), Itacaré (Mori 10121), Itagibá (Guedes 16494), Itanagra (Gusmão 487), Ituberá (Valadão 269), Jaguaripe (Santos 1171), Jandaíra (Gomes 1042), Lençóis (Santos 9), Maraú (Harley 22062), Mascote (Gomes 1644), Mata de São João (Queiroz 4112), Mucuri (Mori 10525), Nilo Peçanha (Jardim 2788), Palmeiras (Guedes 1510), Porto Seguro (de Carvalho 1253), Prado (Thomas 10005), Salvador (Queiroz 2694), Santa Cruz de Cabrália (Guedes 6708), Santa Terezinha (Fiaschi 1373), São Gonçalo dos Campos (Guedes 180), São Sebastião do Passé (Carvalho 3), Saubara (Miranda 6893), Taperoá (de Carvalho 356), Teixeira de Freitas (Santos 2399), Una (Lopes 336), Uruçuca (Piotto 24), Varzedo (Casaes 24680), Vera Cruz (Guedes 2747), Wenceslau Guimarães (Mattos Silva 2930); ESPÍRITO SANTO nos municípios de Afonso Cláudio (Julkoski 170), Conceição da Barra (Giaretta 1045), Linhares (Peixoto 3130), Nova Venécia (Gurtler), Santa Teresa (Thomaz 1616), São Mateus (Ribeiro 24), Sooretama (Flores 1169); MATO GROSSO no município de Chapada dos Guimarães (Monteiro 53); MINAS GERAIS no município de Rio Novo (Schwacke 10906); PERNAMBUCO nos municípios de Bonito (Silva 380), Igarassu (Freire 70), Jaqueira (Amorim 1733), Lagoa dos Gatos (Chagas Mota 10258), Maraial (M. 21692), Moreno (Rita Pereira FRC31), Recife (Lins e Silva 177), Rio Formoso (Anderson Cássio Sevilha 2671), Sirinhaém (Silva 39); TOCANTINS no município de Pium (Roque 3388).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2a
Categoria: NT
Justificativa:

Arbustos ou arvoretas, ocorre nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), incluindo Restingas e mata higrofila bahiana. Foi coletada nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Tocantins. Apresenta AOO= 608 km² e está sujeita a mais de 10 situações de ameaça. Desmatamento, expansão urbana, agricultura, pecuária e invasão de espécies exóticas (Young, 2005; Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO e qualidade do habitat. A espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) de extinção em avaliação anterior (MMA, 2014), considerando a perda de habitat da Mata Atlântica. A recente revisão das coleções e da localização geográfica aumentou a área de ocupação da espécie, porém não ultrapassou os limiares da categoria, de acordo com o critério B2. Atualização dos índices de desmatamento da Mata Atlântica através do Atlas da Mata Atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019)  indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares, tendo sido desmatados 87,6% da área original do bioma. Ainda, o estado que concentra maior número de registros da espécie (Bahia) ainda apresentam altas taxas de desmatamento, não alcançando no último período (2017-2018) os compromissos assumidos pela política de desmatamento zero da Mata Atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Portanto, com base nessa informação atualizada, a espécie foi mantida na categoria "Quase ameaçada" (EN) em razão de distribuição associada a declínio contínuo por causas passadas e não cessadas. Em vista da fragmentação de seus habitats, considera-se possível que a espécie apresente população severamente fragmentada. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (tamanho e tendências populacionais) e de conservação (programas de conservação ex situ).

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 11
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (Torres, 1998). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT) no Livro Vermelho da Flora do Brasil (Martinelli e Moraes, 2013), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação reavaliado após cinco anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica, Cerrado
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Savana
Habitats: 2 Savanna, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvore com até 10 m de altura (Jesus 265), que habita a Mata Atlântica e o Cerrado, na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
A Mata Atlântica vem sofrendo ao longo dos anos intensa retirada de cobertura vegetal nativa,degradação do solo e introdução de espécies exóticas, visando a utilização destas áreas para plantios e pastagens (Young, 2005). Nos municípios baianos de Belmonte e Uruçuca, respectivamente 87% e 82% da cobertura original de Mata Atlântica encontram-se desmatados (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). O município de Conde com 96464 ha possui 23550 ha que representam 24% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Entre Rios com 11530 ha possui 13316 ha que representam 11% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)
Referências:
  1. Young, C.E.F., 2005. Causas socioeconômicas do desmatamento da Mata Atlântica brasileira. In: GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I.G. (EDS) Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, p.103-115, 2005.
  2. Fundação SOS Mata Atlântica/ Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica - período 2008-2010, São Paulo, 2011.
  3. SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2019. Aqui tem Mata? https://aquitemmata.org.br/#/, (acesso em 29 de maio 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
O município de Chã Preta com 17251 ha tem 63,5% de seu território (10956 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Murici com 42872 ha tem 15,7% de seu território (6752 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Belmonte com 193097 ha tem 21% de seu território (40994 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Cachoeira com 39522 ha tem 15% de seu território (5747 ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018). O município de Caravelas com 238171 ha tem 16% de seu território (38189 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Castro Alves (BA) com 71173 ha tem 45523 ha (64%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Esplanada (BA), com 129435 ha, tem 21.6% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). O município de Eunápolis com 142595 ha tem 35% de seu território (50615 ha) convertidos em pastagem Lapig, 2018). O município de Ibirapitanga (BA), com 95.437 ha, contém cerca de 57,81% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). O município de Itagibá com 81816 ha tem 48% de seu território (39541 ha) utilizado para pastagem (Lapig, 2018). O município de Janadaíra com 63952 ha tem 11,4% de seu território (7286 ha) ocupados por pastagem (Lapig, 2018). O município de Mascote com 81871 ha tem 29% de seu território (23656 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Mata de São João com 62733 ha tem 20% de seu território (13956 ha) utilizados como pastagem, mais 7% de florestas plantadas (4521 ha) (Lapig, 2018). O município de Palmeiras com 70062 ha tem 20% de seu território (14011 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Varzedo (BA) com 22679 ha tem 8494 ha (37%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 27 de novembro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat past,present,future regional high
A área em torno da Estação Ecológica de Wanceslau Guimarães foi quase completamente explorada e desmatada. Ao redor, há propriedades rurais de cacau, graviola e culturas de subsistência. Algumas áreas dentro da reserva tem sido desmatadas e utilizadas para a agricultura por um longo período de tempo, até meados da década de 90. Atualmente, não há mais famílias residentes nestas áreas. Apesar de algumas áreas estarem cobertas por vegetação secundária, principalmente na parte inferior dos vales e escaparpas mais baixas, a reserva encontra-se coberta por Florestas Ombrófila Densa Sub-montana em bom estado (Goldenberg et al., 2016).
Referências:
  1. Goldenberg, R., Michelangeli, F.A., Aona, L.Y.S., Amorim, A.M. 2016. Angiosperms and the Linnean shortfall: three new species from three lineages of Melastomataceae at one spot at the Atlantic Forest. PeerJ.1824 (open access) : 1-19.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL MUTUM PRETO (US), RESERVA BIOLÓGICA DE SOORETAMA (PI), FLORESTA NACIONAL DE RIO PRETO (US), RESERVA EXTRATIVISTA DE CASSURUBÁ (US), PARQUE NACIONAL DO MONTE PASCOAL (PI), REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI), PARQUE NACIONAL DA SERRA DAS LONTRAS (PI), PARQUE MUNICIPAL NATURAL DA BOA ESPERANÇA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL LAGOA ENCANTADA (US), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO CONDURU (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL COSTA DE ITACARÉ/ SERRA GRANDE (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BAÍA DE CAMAMU (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CAMINHOS ECOLÓGICOS DA BOA ESPERANÇA (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA ESTADUAL WENCESLAU GUIMARÃES (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MARIMBUS / IRAQUARA (US), PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ILHA DO BANANAL/CANTÃO (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE MURICÍ (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE MURICI (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE GUADALUPE (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ALDEIA-BEBERIBE (US), REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE MATA DA USINA SÃO JOSÉ (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE JOANES-IPITANGA (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO PAU BRASIL (PI), RESERVA ECOLÓGICA MUNICIPAL DA PREFEITURA DE BONITO.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (Torres, 1998). A espécie foi avaliada como "Quase ameaçada" (NT) pelo CNCFlora em 2013.
Referências:
  1. Torres, R.B., 1998. Lacistema robustum. The IUCN Red List of Threatened Species 1998: e.T35581A9936300. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.1998.RLTS.T35581A9936300 (Acesso em 24 de setembro de 2019).
  2. CNCFlora. Lacistema robustum - in Lista Vermelha da flora brasileira Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/ Lacistema robustum>.
Ação Situação
5 Law & policy needed
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33, Território Itororó - TER35, Território Milagres - TER39 e Território Mucugê - TER40.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.